🇺🇸 Trump amplia proibição de entrada nos EUA: o que está por trás da medida e suas consequênciasPor T P Fernandes Publicado em 16 de junho de 2025
O que está acontecendo?
Na última semana, o ex-presidente Donald Trump assinou a Proclamação 10949, que amplia drasticamente as restrições de entrada nos Estados Unidos. A medida proíbe totalmente a entrada de cidadãos de 12 países e impõe restrições parciais a outros 7. A justificativa oficial é “segurança nacional, fraudes em vistos e falta de cooperação com deportações”.
A nova medida entra em vigor em 9 de junho de 2025 e se baseia na ordem executiva EO 14161, assinada por Trump em janeiro deste ano, que exige que os países cumpram padrões rígidos de segurança documental e cooperação internacional.
Países com proibição total:
Afeganistão, Mianmar, Chade, Congo, Guiné Equatorial, Eritreia, Haiti, Irã, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen.
Países com restrições parciais:
Burundi, Cuba, Laos, Serra Leoa, Togo, Turcomenistão e Venezuela.
Motivações políticas e segurança
Embora a justificativa pública seja o combate a ameaças e fraudes, especialistas apontam que a medida tem forte apelo político. Trump busca reforçar sua imagem de líder firme contra a imigração descontrolada, especialmente entre sua base conservadora. O governo também citou um recente ataque ocorrido em Boulder, Colorado, envolvendo um imigrante com visto vencido, para justificar a urgência do decreto[^1].
Além disso, há rumores internos de que a lista pode crescer ainda mais: 36 países adicionais estariam sendo analisados para inclusão nas próximas semanas[^2].
Críticas nacionais e internacionais
A reação foi imediata. Grupos de direitos civis, universidades, ativistas e até governos estrangeiros classificaram a medida como discriminatória, racista e cruel.
A Harvard University entrou com ação judicial pedindo suspensão da ordem, argumentando que ela prejudica diretamente estudantes e pesquisadores estrangeiros[^3].
O governo do Chade suspendeu a emissão de vistos para americanos como resposta diplomática[^4].
Organizações como a CAIR e a Oxfam denunciaram a medida como injusta e prejudicial para famílias, refugiados e trabalhadores essenciais[^5].
Casos reais e impactos humanos
A nova medida já impacta diretamente a vida de milhares de pessoas. Um exemplo comovente é o de um casal sudanês que planejava se casar nos EUA, mas teve os planos abruptamente cancelados por causa da nova proibição[^6].
Além disso, empresas e universidades relatam queda no número de talentos internacionais, o que pode afetar a economia, inovação e diversidade cultural dos EUA.
O que está por trás disso tudo?
Por trás da retórica de segurança, analistas políticos veem três objetivos principais:
1. Pressão internacional: forçar países a cooperarem com os EUA em questões de segurança e repatriação.
2. Discurso político: reforçar a retórica “America First” para fortalecer sua imagem entre eleitores conservadores.
3. Controle migratório estratégico: estabelecer um novo padrão para políticas migratórias duras que possam ser retomadas por governos futuros.
Conclusão
A ampliação das restrições de entrada aos EUA é mais do que uma decisão administrativa: é um ato político, diplomático e ideológico. Ao mesmo tempo em que tenta fortalecer a segurança nacional, Trump reacende um debate global sobre direitos humanos, xenofobia e o verdadeiro papel da imigração na construção de uma sociedade plural e inovadora.
A história está em movimento — e os olhos do mundo estão atentos.
Referências
[^1]: Reuters. Trump expands travel ban citing national security after Colorado attack. Link
[^2]: Reuters. Trump administration may add 36 more countries to travel ban. Link
[^3]: Reuters. Harvard seeks to block Trump from denying entry to international students. Link
[^4]: AP News. Chad suspends U.S. visa issuance in retaliation.
[^5]: Oxfam America. Statement on new travel ban by Trump administration.
[^6]: Washington Post. They fell in love on WhatsApp. The travel ban means their wedding is off. Link
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